terça-feira, 1 de novembro de 2011

Questões: Guimarães Rosa

1 - (UFMG) É CORRETO afirmar que, entre os elementos que evidenciam a presença de intertextualidade na composição de Grande sertão: veredas, NÃO se inclui:

(A) o caso de Maria Mutema e Padre Ponte.
(B) a lembrança recorrente da toada de Siruiz.
(C) o relato do assassinato do chefe Zé Bebelo.
(D) a narração do pacto de Riobaldo com o diabo.

2 - (UFMG) Considerando-se a narração do julgamento de Zé Bebelo, em Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, é CORRETO afirmar que esse fato:

(A) significou a chegada de nova ordem jurídica ao sertão.
(B) aumentou o poder dos grandes chefes de jagunços.
(C) representou a continuidade do mando de Joca Ramiro.
(D) legitimou o princípio da vingança e o uso da violência.

3 - (UNILAVRAS) Com relação à obra Grande Sertão: veredas, de João Guimarães, podemos afirmar:

I- O personagem principal, Riobaldo, é um exjagunço do norte de Minas que gasta seu tempo com conversas com as pessoas que passam pelo local.
II- Riobaldo, o personagem-narrador conta sua vida, numa espécie de monólogo ininterrupto, a um interlocutor que jamais tem a palavra.
III- O narrador-personagem, apesar de ter pertencido à plebe rural e ter aderido à jagunçagem, recebeu educação formal, o que justifica o caráter metafísico de seu discurso.

(A) Apenas a alternativa I está correta.
(B) Apenas a alternativa II está correta.
(C) Apenas a alternativa III está correta.
(D) Estão corretas apenas as alternativas II e III.
(E) Todas as alternativas estão corretas.

4 - (UNIFESP) Leia o texto a seguir e responda à questão.

Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de minha certa importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por ela — já o campo! Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é o ditado: “menino — trem do diabo”? E nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do redemunho... (Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)

A fala expressa no texto é de Riobaldo. De acordo com o narrador, o diabo:

(A) vive preferencialmente nas crianças, livre e fazendo as suas traquinagens.
(B) é capaz de entrar no corpo humano e tomar posse dele, vivendo aí e perturbando a vida do homem.
(C) só existe na mente das pessoas que nele acreditam, perturbando-as mesmo sem existir concretamente.
(D) não existe como entidade autônoma, antes reflete os piores estados emocionais do ser humano.
(E) é uma condição humana e não está relacionado com as coisas da natureza.

5 - (UNIFESP) Leia o texto a seguir e responda à questão.

Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem — ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco — é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam — é de minha certa importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por ela — já o campo! Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até: nas crianças — eu digo. Pois não é o ditado: “menino — trem do diabo”? E nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do redemunho... (Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas.)

O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar de escrita, denunciada pelos recursos lingüísticos empregados pelo escritor. Dentre as características do texto, está:

(A) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador, e o da linguagem regional, na voz da personagem.
(B) a recriação da fala regional no vocabulário, na sintaxe e na melodia da frase.
(C) o emprego da linguagem regional predominantemente no campo do vocabulário.
(D) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do sertanejo.
(E) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas com novas construções sintáticas e rítmicas.

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