Guimarães
Rosa
Biografia:
João Guimarães Rosa (Cordisburgo, 27 de junho
de 1908 — Rio de Janeiro, 19 de novembro de 1967), foi um dos mais importantes
escritores brasileiros de todos os tempos. Foi também médico e diplomata.
Os contos e romances escritos por Guimarães
Rosa ambientam-se quase todos no chamado sertão brasileiro. A sua obra
destaca-se, sobretudo, pelas inovações de linguagem, sendo marcada pela
influência de falares populares e regionais que, somados à erudição do autor,
permitiu a criação de inúmeros vocábulos a partir de arcaísmos e palavras
populares, invenções e intervenções semânticas e sintáticas.
Realismo mágico, regionalismo, liberdades e
invenções linguísticas e neologismos são algumas das características
fundamentais da literatura de Guimarães Rosa, mas não as suficientes para
explicar seu sucesso. Guimarães Rosa prova o quão importante é ter a linguagem
a serviço da temática, e vice-versa, uma potencializando a outra. Nesse
sentido, o escritor mineiro inaugura uma metamorfose no regionalismo brasileiro
que o traria de novo ao centro da ficção brasileira.
É o
terceiro ocupante da cadeira 2, eleito em 6 de agosto de 1963, na sucessão de
João Neves da Fontoura e recebido pelo acadêmico Afonso Arinos de Melo Franco
em 16 de novembro de 1967.
Obras:
* 1936: Magma
* 1946: Sagarana
* 1947: Com o Vaqueiro Mariano
* 1956: Corpo de Baile
* 1956: Grande Sertão: Veredas
* 1962: Primeiras Estórias
* 1964: Campo Geral
* 1965: Noites do Sertão
* 1967: Tutaméia – Terceiras Estórias
* 1969: Estas Estórias (póstumo)
* 1970: Ave, Palavra (póstumo)
- Principal Obra: Grande Sertão Veredas
O
romance Grande Sertão: Veredas é considerado uma das mais significativas obras
da literatura brasileira. Publicada em 1956, inicialmente chama atenção por sua
dimensão – mais de 600 páginas – e pela ausência de capítulos. Guimarães Rosa
fundiu nesse romance elementos do experimentalismo linguístico da primeira fase
do modernismo e a temática regionalista da segunda fase do movimento, para
criar uma obra única e inovadora. O foco narrativo de Grande Sertão: Veredas
está em primeira pessoa. Riobaldo, na condição de rico fazendeiro, revive suas
pelejas, seus medos, seus amores e suas dúvidas. A narrativa, longa e labiríntica,
por causa das digressões do narrador, simula o próprio sertão físico, espaço
onde se desenrola toda a história.
Duas
grandes guerras são narradas em Grande Sertão: Veredas.
A primeira é protagonizada pelos líderes
Joca Ramiro, Sô Candelário, Titão Passos, João Goanhá, Ricardão e Hermógenes
contra Zé Bebelo e os soldados do governo. Apanhado, Zé Bebelo é julgado pelo
tribunal composto dos líderes citados, dos quais Joca Ramiro é o chefe supremo.
Hermógenes e Ricardão são favoráveis à pena capital. No fim do julgamento,
porém, Joça Ramiro sentencia a soltura de Zé Bebelo, sob a condição de que ele
vá para Goiás e não volte até segunda ordem. Nesse ponto, a primeira guerra
chega ao fim.
A paz, então, estabelece-se em todo o
sertão. Até que, depois de longo período de bonança, aparece um jagunço chamado
Gavião-Cujo, desesperado, e anuncia: “Mataram Joca Ramiro!...”
Começa, então, a segunda guerra, organizada sob novas lideranças: de um lado Hermógenes e Ricardão, assassinos de Joca Ramiro e traidores do bando; de outro, Zé Bebelo – que retorna para vingar a morte de seu salvador, chefiando o bando de Riobaldo e Diadorim – com os demais chefes. A segunda guerra termina no fim do romance, na batalha final no Paredão, na qual morre Hermógenes.
Começa, então, a segunda guerra, organizada sob novas lideranças: de um lado Hermógenes e Ricardão, assassinos de Joca Ramiro e traidores do bando; de outro, Zé Bebelo – que retorna para vingar a morte de seu salvador, chefiando o bando de Riobaldo e Diadorim – com os demais chefes. A segunda guerra termina no fim do romance, na batalha final no Paredão, na qual morre Hermógenes.
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